Estava eu um belo dia na empresa em que trabalho quando a ponta do meu lápis quebrou.
Ao checar a mochila, percebi que havia esquecido o apontador em casa.
A partir daí, algo muito curioso aconteceu: descobri que ninguém na empresa usa mais lápis!
E o mais intrigante ainda foi a reação das pessoas ao meu pedido.
Umas me olhavam como quem diz: é sério ou ele está brincando? Outra me disse que não tinha, porque ela digita tudo o que precisa. Uma terceira ainda brincou dizendo que lápis é coisa de gente antiga.
Não me entendam mal, não sou averso ao uso recursos digitais. Não faria sentido para alguém que é entusiasta da tecnologia, que fez MBA em Gestão da Inovação e que está pós-graduando em Inteligência Artificial e Tecnologias Educacionais.
A dúvida que levanto é: Vale a pena delegarmos 100% do que é humano (como o ato de escrever, por exemplo) as máquinas?
Miguel Nicolelis, renomado neurocientista brasileiro, em uma entrevista ao Brasil no Divã, disse que "estamos perdendo nossa coordenação motora fina por estamos delegando tudo ao digital."
Você duvida?
Ele propõe um teste rápido: escreva um parágrafo de um texto qualquer. Agora procure um caderno seu de 10 anos atrás e compare a qualidade da sua grafia. Você notará um visível declínio.
Sou apaixonado por novas Tecnologias e de todas as possibilidades e facilidades que elas podem nos trazer, mas me preocupo se as pessoas não estão errando mão.
Pinte. Rabisque. Faça um poema. Leia um livro. Componha uma melodia. Desenhe. Borde. Cole Post Its...
O que fará a diferença para o ser humano daqui pra frente é SER HUMANO.
Abraços criativos e sucesso!
Ps: O esboço desse artigo foi escrito com o lápis, depois de devidamente apontado.
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