O IDSC 2023 foi divulgado em Agosto. A fizemos a análise da evolução do indicador na cidade de Juiz de Fora/MG. Confira o resultado.
O (IDSC - BR) Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil é uma iniciativa do Instituto Cidades Sustentáveis, no âmbito do Programa Cidades Sustentáveis, em parceria com o Sustainable Development Solutions Network (SDSN), apoio do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e financiamento do Projeto CITinova.
Ele visa dar clareza aos 100 indicadores dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.
Ao traduzir de forma simples para a realidade local, o índice se consolida como uma importante ferramenta para apoiar os gestores públicos em suas decisões.
O mesmo foi realizado pela primeira vez em 2020, mas contém dados desde 2015, ano em que a Agenda 2030 foi criada.
O Brasil foi o primeiro país do mundo a disponibilizar e monitorar o avanço de todos os ODS.
Antes o IDSC tinha periodicidade de 4 anos, mas a partir de 2023 será atualizado anualmente.
"É importante que o cidadão acompanhe o avanço das ODS de forma ativa. É nas cidades que as pessoas vivem, então é nas cidades que os objetivos precisam ser trabalhados e sentidos para o bem estar de todos. Pensar global e agir local." comentou Enéas Pereira, consultor líder da Connecting Consultoria, que analisou a situação da cidade no índice.
Ferramenta para a gestão pública
Dados e estatísticas são essenciais para impulsionar as transformações necessárias e indispensáveis tanto em nível global quanto local. Nesse sentido, o índice tem a intenção de estabelecer os ODS como ferramenta útil e efetiva para a gestão pública e a ação política nos municípios brasileiros. O monitoramento de indicadores permite guiar as prioridades dos governos locais de acordo com os desafios identificados a partir da análise de dados.
O IDSC-BR apresenta uma avaliação abrangente da distância para se atingir as metas dos ODS nos 5.570 municípios brasileiros, usando os dados mais atualizados disponíveis em fontes públicas e oficiais do Brasil. Ao todo, o índice é composto por 100 indicadores, referentes às várias áreas de atuação da administração pública.
A pontuação do IDSC é atribuída no intervalo entre 0 e 100 e pode ser interpretada como a porcentagem do desempenho ótimo. A diferença entre a pontuação obtida e 100 é, portanto, a distância em pontos percentuais que uma cidade precisa superar para atingir o desempenho ótimo. O mesmo conjunto de indicadores foi aplicado a todos os municípios para gerar pontuações e classificações comparáveis. Diferenças entre a posição de cidades na classificação final podem ocorrer por causa de pequenas distâncias na pontuação do IDSC.
Além da pontuação e da classificação de cada cidade, o índice também apresenta os Painéis ODS, que fornecem uma representação visual do desempenho – o nível de desenvolvimento – dos municípios nos 17 ODS. O sistema de classificação por cores (verde, amarelo, laranja e vermelho) indica, portanto, em que medida um município está longe de atingir o objetivo. Quanto mais próximo do vermelho, mais distante de alcançar o ODS.
Veja a situação do índice a nível nacional na reportagem abaixo:
Como está Juiz de Fora no Ranking das Cidades?
Nossa nota no geral está em 50,4 pontos, de 100 possíveis. Em 2020 estávamos com 53,9 pontos.
São Caetano do Sul/SP teve a melhor nota em 2023, obtendo 63,4, ou seja, 13 pontos a mais que Juiz de Fora.
Subimos no ranking nacional apesar de termos regredido na nota geral.
Mas é possível subir no ranking mesmo regredindo na nota?
A explicação está na entrada de 4.860 novos municípios na comparação. Agora todas as cidades brasileiras estão no Ranking, o que não havia acontecido em 2020.
Na ocasião (2020), o relatório abrangia apenas 710 municípios brasileiros, dos quais Juiz de Fora detinha a posição 410, ou seja, estava com nota superior a 46,75% das cidades analisadas.
Em 2023, Juiz de Fora ocupa a posição 1.488 do total de 5.570, o que significa que estamos acima de 73,3% das cidades ranqueadas, ou seja, saímos do 3º para o 2º quartil!
Outro cenário a ser observado é o desempenho de Juiz de Fora na comparação com 2015. Veja:
- 06 ODS apresentaram variação positiva (acima de 5% de aumento)
4 - Educação de Qualidade 🟢 Alto - 60 a 79,99
5 - Igualdade de Gênero 🟠 Baixo - 40 a 49,99
10 - Reduzir as Desigualdades 🟢 Alto - 60 a 79,99
12 - Produção e Consumo Sustentáveis 🟡 Médio - 50 a 59,99
15 - Proteger a Vida Terrestre 🔴 Muito baixo - 0 a 39,99
16 - Paz, Justiça e Instituições Eficazes 🟠 Baixo - 40 a 49,99
- 07 ODS permaneceram estáveis (com variação até 5% para cima ou para baixo)
1 - Erradicar a Pobreza 🟡 Médio - 50 a 59,99
3 - Saúde de Qualidade 🟢 Alto - 60 a 79,99
6 - Água Potável e Saneamento 🟢 Alto - 60 a 79,99
8 - Trabalho Digno e Crescimento Econômico 🟡Médio - 50 a 59,99
13 - Ação Climática 🟢 Muito alto - 80 a 100
14 - Proteger a Vida Marinha 🔴 Muito baixo - 0 a 39,99
17 - Parcerias para a Implementação dos Objetivos 🔴 Muito baixo - 0 a 39,99
- 04 ODS apresentaram variação negativa (acima de 5% de queda)
2 - Erradicar a Fome 🔴 Muito baixo - 0 a 39,99
7 - Energias Renováveis e Acessíveis 🟢 Muito alto - 80 a 100
9 - Indústria Inovação e Infraestruturas 🔴 Muito baixo - 0 a 39,99
11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis 🟡 Médio - 50 a 59,99
Conclusão:
"Ao ver o resultado de Juiz de Fora tenho dois sentimentos diferentes, um positivo e outro nem tanto." diz Enéas Pereira. "O positivo é que quando comparamos a cidade com as outras cidades brasileiras ficamos posicionados dentro do grupo de 30% das cidades com resultado superior. O negativo é que quando a comparação é com nós mesmos, regredimos nossa própria nota com relação a 2020.“ conclui.
Quando se pensa no tempo que falta para chegar em 2030, o resultado é preocupante: Estamos cumprindo 50,4 dos indicadores, ao passo que já se passaram 53% do tempo disponível para a data limite para o atingimento dos objetivos.
Ou seja, precisamos seguir avançando.
Um aspecto positivo é que todos os ODS da cidade puderam ser apurados. Isso indica que a cidade mantém as informações na base das instituições federais. Isso não significa porém que estejam devidamente atualizados.
Vale ressaltar que todos os indicadores se utilizam de fontes oficiais em bases federais. Cabe aos municípios manterem tais bases de dados atualizadas, pois a metodologia se vale da informação mais recente disponível.
O que você achou sobre os desafios da nossa cidade?
Se quiser saber mais ou tive qualquer dúvida, entre em contato conosco.
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