Saudade, palavra tão ausente de sinônimos, como sem sinônimos são os momentos que vivemos, que passaram e que não voltarão.
Momentos sublimes e tão particulares quanto nossas impressões digitais, que nos identificam...que dizem quem somos.
Infância, amores, amizades, ou inocência, incerteza, vaidades....o fato é que não voltarão, mas ficarão em nossa vaga e falha memória...
Ficarão, como impressões, mas ainda assim, responderão: Quem somos?
Somos inocentes, somos incertos, somos vaidosos. Somos solitários, dependentes e abstratos, esperando que apareça alguém que nos entenda...
E quem nos entenderá, se nós mesmos não conseguimos entender como chegamos onde chegamos?
A verdade é que não nos entenderá, mas sim nos aceitará. Aceitará que somos como somos, que viemos de onde viemos: incertos, carentes e abstratos.
Então viver é isso: lembrar! Aceitar!
Pois o que hoje estamos vivendo, amanhã lembraremos, e as pessoas que hoje conhecemos, amanhã poderão nos fazer falta.
Já que é assim, que vivamos da melhor maneira possível, para que quando chegar a hora de lembrarmos, lembremos de coisas felizes.
Que suas lembranças lhe tragam a paz que só a certeza de uma vida bem vivida pode trazer.
Enéas Pereira, 2010.
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